Imagine um salão belíssimo, com quadros de pintores famosos, esculturas raras, contendo enfim, uma infinidade de coisas preciosas. O dono do salão, para atrair observadores, deve cuidar de um detalhe muito importante: a iluminação.

Não adianta alguém entrar em um belíssimo salão cheio de preciosidades com a luz apagada, pois assim não verá nada. Se o salão está escuro, não importa que haja nele as mais belas pinturas. É necessário que se acendam as luzes! “Ah! Que magnífica pintura”, dirá o observador. “Que escultura genial”, exclamará o visitante. Somente com a luz acesa as coisas se tornaram interessantes.

O salão é a História e a Luz é Nosso Senhor Jesus Cristo. “O povo que andava nas trevas verá uma grande luz e amanhecerá o dia para os que moravam nas sombras da morte” (Is 9, 1).

Jesus Cristo é o motivo de estudarmos a História, porque toda ela só faz sentido se entendermos que Deus faz parte dela de tal forma que se fez homem e habitou entre nós, porque nos ama e quer que vivamos com Ele por toda a eternidade.

Fonte: Sala Sistina, Museu do Vaticano (The Sistine Hall of the Vatican Library/Michal Osmenda)

Qual é o sentido da História?

E quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido imolados por causa da Palavra de Deus e do testemunho que haviam dado. E eles gritaram em alta voz: ‘Senhor Santo e Verdadeiro, até quando ficarás sem fazer justiça aos habitantes da terra e sem vingar nosso sangue?’ E foi dada uma veste branca a cada um deles e lhes disseram que repousassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros e irmãos que estavam para ser mortos como eles”. – Apocalipse 6, 9-11

Este é o sentido da História: a completação do número dos eleitos. É unânime a tradição a este respeito. A humanidade caminha no tempo, onde cada um escolhe livremente qual cidade quer ajudar a construir: a cidade de Deus ou a cidade dos homens. O versículo citado do livro do Apocalipse significa que a história se deterá, chegará a seu termo, quando o número dos mártires – generalizemos com os Padres – quando o número dos santos tiver atingido a sua plenitude. Neste dia a grande marcha da humanidade se encerrará.

A duração de nossa história é do tempo necessário ao recrutamento do povo dos santos, à edificação da Cidade de Deus (…) Se após a vida terrestre do Verbo encarnado que constitui o seu centro e como o seu núcleo, a história humana continua a se desenrolar, é porque o tempo é ainda necessário para permitir o pleno crescimento do Corpo místico do Cristo, a construção até o seu acabamento da Cidade de Deus”. – Henri Marrou1

1 Trecho retirado da obra “Pensées inédites, de la vie, de l’histoire” de A. D. Sertillanges, p. 119.

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